Com boa saúde
(desde o boletim informativo de Consumer Health Digest. Tradução: Andrea Gaddini)

homeopatia

Médicos britânicos chamaram a homeopatia "feitiçaria" (#10-21, 27 de maio de 2010)
Os médicos que tomaram parte ao congresso anual dos jovens médicos da British Medical Association (BMA) votaram quase por unanimidade uma moção declarando, "Dada a completa falta de provas científicas válida de qualquer benefício: (i) a homeopatia já não deve ser financiada pelo Serviço Nacional de Saúde; e (ii) nenhum aprendizado no Reino Unido deve incluir postos em homeopatia." Durante a discussão, gravada em video, que pode-se ver no site Web de BMA, o Dr. Tom Dolphin, vice-director do comitê de jovens médicos da BMA, provocou fragorosas gargalhadas referindo-se à homeopatia como feitiçaria. http://www.bma.public-i.tv/site/player/pl_compact.php?a=40131&t=&m=flash&l=en_GB#the_data_area (vejam de 4:55:30 até 4:58:43).
Para vir a ser a posição oficial da BMA, a moção deve ser aceitada pelo congresso plenário da BMA no próximo mês. [Donelley L. Homeopathy is witchcraft, say doctors. The Telegraph, May 15, 2010] http://www.telegraph.co.uk/health/alternativemedicine/7728281/Homeopathy-is-witchcraft-say-doctors.html A BMA já anteriormente expressou cepticismo sobre a homeopatia, afirmando que o organismo regulador, o National Institute for Health and Clinical Excellence deveria examinar o conjunto das provas e emitir uma regulamentação definitiva sobre o uso de remédios homeopaticos pelo Serviço Nacional de Saúde.

Cartas de advertência por firmas que comercializam produtos homeopáticos. (#10-48, 2 de dezembro de 2010)
Em junho, a FDA (Food and Drug Administration) e a FTC (Commissão Federal de Comércio) dos Estados Unidos conjuntamente notificaram à Homeopathy for Health, de Moses Lake, Washington que é ilegal comercializar produtos não aprovados "destinados a diagnosticar, aliviar, prevenir, tratar (incluindo o tratamento dos sintomas) ou sarar a gripe de vírus H1N1 nos seres humanos." A carta de advertência concerne afirmações feitas por 20 produtos homeopáticos de seis fabricantes - Heel Inc. (BHI), NaturalCare Inc., Hyland's Homeopathic, Standard Homeopathic Company, Boiron Borneman Inc. e Celletech / Micro-Nutrition Plus - cada um dos quais recebeu um exemplar da carta. Os produtos incluíram Oscillococcinum, que por muitos anos foi comercializado para curar os sintomas de resfriados e gripes. A lista 2009 da FDA dos produtos fraudulentos para a gripe H1N1 contém agora 185 artigos..

Um dos mais importantes produtores homeopáticos é objeto duma ação popular. (#11-26, 18 de agosto de 2011)
Uma ação popular foi promovida contra os fabricantes de Oscillococcinum, un produto homeopático amplamente publicitado como remédio pela gripe. A queixa afirma que o produto (a) não é nada mais do que um comprimido de açúcar, (b) não têm nenhum efeito na gripe e nos sintomas que acompanham-na, e (c) não contem nenhuma molécula do seu alegado ingrediente ativo http://www.casewatch.org/civil/boiron/oscillococcinum/complaint.shtml.
A denúncia, formulada na Califórnia contra Boiron, Inc., Boiron USA, Inc. e Laboratories Boiron, pede à corte de bloquear as afirmações publicitárias contestadas e sentenciar o ressarcimento de danos pela violação das leis da proteção ao consumidor. O "ingrediente ativo" no Oscillococcinum prepara-se incubando por 40 dias uma pequena quantidade de fígado e coração dum pato recentemente abatido. A solução resultante então filtra-se, liofiliza-se, reidrata-se, dilui-se 1/100 200 vezes (sacudindo-na entre uma diluição e outra), e utliza-se para embeber uns grânulos de açúcar. Se uma única molécula da substância original poderia sobreviver à diluição, sua concentração seria de 1 em 100 elevado à 200-ésima potência, um número amplamente maior do que o número estimado de moléculas no universo http://www.homeowatch.org/o.
O ano passado a FDA e a FTC conjuntamente advertiram um distribuidor sobre o facto do que ser ilegal publicitar o Oscillococcinum "para um pronto alívio dos sintomas da infecção gripal." http://www.casewatch.org/fdawarning/prod/2010/homeopathy_for_health.shtml.
O Newport Trial Group (http://trialnewport.com), que promoveu a ação judicial, está perseguindo outra similar contra Boiron USA em conexão com sua comercialização de Children's ColdCalm, um produto homeopático publicitado para aliviar os espirros, o nariz pingando, a congestão nasal, as dores da sinusite, a dor de cabeça e a dor de garganta http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/complaint.pdf.
Em julho, um juiz da corte federal rejeitou um pedido de arquivamento do inquérito fundamentado na hipótese que a FDA tivesse jurisdição primária e que o tribunal deveria remeter o caso aos poderes executivos do governo http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/dismissal_order_ruling.pdf.
Depois de observar que a FDA não exigiu que os produtos homeopáticos foram conformes a qualquer padrão de eficácia, o juiz sentenciou que a jurisdição é apropriada porque a agência abdicou amplamente de qualquer papel que pudesse ter tido na criação destes padrões.
O Committee for Skeptical Inquiry e o Center for Inquiry solicitaram à Walmart que acabar com comercializar o Oscillicoccinum http://www.homeowatch.org/news/cfi.html.

Foi admitida uma ação popular sobre a homeopatia. (#11-27, 25 de agosto de 2011)
Um juiz federal admitiu a prossecução duma ação popular promovida pelo Newport Trial Group contra Boiron USA http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/class_certification.pdf.
A denúncia afirma que Boiron utilizou afirmações enganosas sobre o facto do que o Children's ColdCalm, um produto homeopático de sua produção, aliviar os espirros, o nariz pingando, a congestão nasal, as dores da sinusite, a dor de cabeça e a dor de garganta http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/complaint.pdf.
Em julho o juiz rejeitou um pedido de arquivamento do inquérito fundamentado em motivos jurisdicionais http://www.casewatch.org/civil/boiron/coldcalm/dismissal_order_ruling.pdf.

Urge-se com a FDA para que seja mais severa com a homeopatia. (#11-28, 1ro de setembro de 2011)
O Center for Inquiry and Committee for Skeptical Inquiry apresentou três petições solicitando a FDA para que se interesse dos variados aspectos da comercialização de produtos homeopáticos.
**A primeira petição pede que a agência empece a fazer regulamentos que exijam que todos os medicamentos homeopáticos de forma legal cumpram com os mesmos padrões de eficácia do que os medicamentos não-homeopáticos. Embora o FDA tivesse a autoridade para exigir que os medicamentos homeopáticos submetam-se a provas de eficácia, não fêz isto. Esta petição também pede que a agência requeira etiquetas de advertência nos produtos homeopáticos a menos que mostrem ser eficazes http://www.homeowatch.org/reg/csi/petition1.pdf.
**A segunda petição pede à FDA de ordenar que Boiron etiquete em inglês o alegado ingrediente ativo no Oscillococcinum. Este produto, um suposto remédio contra a gripe, alega-se ser obtido diluindo repetidamente um extrato de fígado e de coração do pato. Seja como for, a etiqueta utiliza uma frase latina para identificar o ingrediente, embora os regulamentos federais exijam que os produtos sejam etiquetados em inglês http://www.homeowatch.org/reg/csi/petition2.pdf.
**A terceira petição reclama do que a publicidade da Boiron sugere falsamente que o Oscillococcinum tinha obtido a aprovação da FDA.
Muitos produtos homeopáticos, incluindo o Oscillococcinum, não contêm nenhuma molécula da(s) substância(s) original(is) http://www.homeowatch.org/reg/csi/petition3.pdf.
Os regulamentos da FDA impõem-lhe responder às petições dos cidadãos dentro de 180 dias. Seja como for, uma petição similar, apresentada em 1994 pelo Dr. Stephen Barrett e outras 41 pessoas interessadas, não recebeu nenhuma resposta http://www.quackwatch.org/01QuackeryRelatedTopics/homeopetition/homeopetition.html.
Por mais informações sobre Oscillococcinum, vejam http://www.homeowatch.org/history/oscillo.html.

Um blog pede-se se os farmacêuticos devem vender produtos homeopáticos. (#11-44, 31 de dezembro de 2011)
Scott Gavura, que opera o site Science-Based Pharmacy, é um farmacêutico canadense que acredita que seja antiético que os farmacêuticos vendam, promovam ou encorajem a venda ou o uso da homeopatia. [Homeopathy: To sell or not to sell? Pharmacists weigh in, Nov 30, 2011] http://sciencebasedpharmacy.wordpress.com/2011/11/30/homeopathy-to-sell-or-not-to-sell-pharmacists-weigh-in/ Entre os comentários afixados por outros farmacêuticos acha-se:
**"Vender uma preparação sabendo que não vai funcionar seria exatamente como se … o mesmo farmacêutico for no armazém, encher um frasco com água da torneira e vender-a ao cliente . . . . Se vocês não pensam que há um problema ético, dêem-a de graça ao cliente, como no fim de contas o custo para prepará-las é perto de zero."
**"Vi o Oscillococcinium nas prateleiras de Shoppers Drug Mart, mesmo ao lado dos 'verdadeiros' medicamentos para o resfriado e a gripe. Não havia nenhuma indicação (tal que um qualquer cidadão não suspeitoso puder localizá-la) explicando uma qualquer diferença entre os comprimidos de açúcar homeopáticos e os verdadeiros medicamentos. Se não soubesse um pouco mais disso, eu suporia melhor tomar um pseudomedicamento ('nenhum efeito secundário!') e desperdiçaria meu dinheiro. Ainda pior, se meu resfriado sarasse logo, como acontece frequentemente com os resfriados, talvez poderia ficar convencido do que funcionou e procurar remédios homeopáticos para doenças mais sérias no futuro. Isto, no meu parecer, é o verdadeiro perigo na venda de produtos homeopáticos da parte dos farmacêuticos: é o primeiro passo em direção a rejeições mais sérias de tratamentos médicos reais. É um declive escorregadiço o que leva de inócuos não-remédios para o resfriado até tratamentos de curandeiros contra o cancro."

Uma cadeia britânica de farmácias retirou das prateleiras as afirmações sobre a homeopatia. (#11-44, 31 de dezembro de 2011)
Boots, uma importante cadeia britânica de farmácias, deixou de expor informações sobre os empregos dos produtos homeopáticos que vende. A medida foi empreendida depois que a agência reguladora de medicamentos e produtos sanitários (Medicines and Healthcare products Regulatory Agency - MHRA) aceitou uma reclamação segundo a qual a publicidade nos pontos de venda de Boots conteve informações proibidas. Esta publicidade, encontrada em muitas farmácias, consistia num livrinho de fichas moveis enumerando indicações, sintomas e produtos homeopáticos. A MHRA decidiu que os produtos não estavam autorizados a pôr indicações porque o esquema simplificado de regras da MHRA para os produtos homeopáticos proíbe de declarar as indicações pelos quais podem ser empregados. [Boots told to stop making medical claims for pills with no active ingredient. The Nightingale Collaboration Web Site, December 2011] http://www.nightingale-collaboration.org/news/107-boots-told-to-stop-making-medical-claims-for-pills-with-no-active-ingredient.html. O documento com a linha proposta pela MHRA, Homeopathic medicines: Guidance for advertising, está afixado em: http://www.homeowatch.org/reg/mhra.pdf.

As universidades britânicas param as licenciaturas em "medicina alternativa". (#12-05, 2 de fevereiro de 2012)
A partir deste ano as universidades britânicas com financiamento público não oferecerão mais licenciaturas em medicina chinesa, acupunctura, homeopatia, naturopatia ou reflexologia. Há poucos anos havia 45 destas licenciaturas. O ano passado o governo britânico pediu uma parada do financiamento público de tratamentos homeopáticos. [UK universities drop alternative medicine degree programs. Deutsche Welle, Jan 18, 2012] http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15673133,00.html.

Um artigo informa sobre falecimentos relacionadas com a homeopatia. (#12-18 24 de maio de 2012)
Ian Freckelton, um proeminente advogado australiano que edita o Journal of Law and Medicine, escreveu um relato pormenorizado da história, dos riscos e da condição legal atual da homeopatia em vários países. [Freckelton I. Death by homeopathy: Issues for Civil, criminal and coronial law and for health service policy. Journal of Law and Medicine 19:454-478, 2012] http://boenrep.com/dl/LAW.pdf. O artigo inclui detalhes sobre várias pessoas que morreram porque confiaram em tratamentos homeopáticos, em vez de que em tratamentos responsáveis. Um desses casos foi aquele de Penelope Dingle, uma mulher australiana que faleceu em 2005 como resultado das complicações dum câncer metastático no intestino. De acordo com o relatório dos investigadores, a senhora Dingle em 2001 observou a presença de sangue nas fezes, e então seu prognóstico com tratamento padrão teria sido favorável. Mas ela confiou no tratamento por um homeopata e por dois médicos renegados e não procurou tratamentos médicos adequados até que foi próxima da morte. http://www.homeowatch.org/news/dingle_finding.pdf.

O Reino Unido toma medidas drásticas contra a publicidade dos produtos homeopáticos. (#12-24 14 de julho de 2012)
A Organização britânica dos padrões da publicidade (British Advertising Standards Authority - ASA) anunciou ter recebido tantas queixas sobre a publicidade de medicamentos homeopáticos que não precisa receber mais. A ASA geralmente lida com um anunciante de cada vez. Contudo agora avisou os anunciantes de deixar de fazer afirmações sobre a eficácia sem "sólidas provas" que as sustentem e estão monitorando os sites web para averiguar se foram feitas as mudanças necessárias. [Complaints about homeopathy websites. ASA Web site, accessed July 1, 2012] http://www.asa.org.uk/Resource-Centre/Hot-Topics/Homeopathy-complaints.aspx
Enquanto isso, o Comitê da prática da publicidade (Committee of Advertising Practice - CAP) - o grupo de empresários que escreve o código britânico de publicidade, promoção de vendas e venda direta (British Code of Advertising, Sales Promotion and Direct Marketing) a quem os anunciantes devem aderir - publicou uma Guia da publicidade dos serviços homeopáticos, que previne contra o fazer afirmações não demonstradas e observa que todos os produtos homeopáticos devem ser registrados antes da comercialização. http://www.homeowatch.org/reg/cap_guidance.pdf

Jornalista foi pagado para difamar um crítico britânico da charlatanice. (#12-25 - 19 de julho de 2012)
Notícias de imprensa indicam que os fabricantes alemães de preparações homeopáticas pagaram a um jornalista 40.000 libras esterlinas por ano para difamar sistematicamente as pessoas que criticavam a homeopatia. [Lewis A. German homeopathy companies pay journalist who smears UK academic. The Quackometer Blog, July 16, 2012] http://www.quackometer.net/blog/2012/07/german-homeopathy-companies-pay-journalist-who-smears-uk-academic.html.
O alvo principal foi o Dr. Edzard Ernst, M.D., Ph.D., o mais importante autor de revisões sistemáticas da literatura científica relacionada aos métodos terapêuticos "complementares e alternativos". Ernst respondeu no site: http://www.thetwentyfirstfloor.com/?p=4424.

Um físico detalha porque a homeopatia é impossível. (#12-32 20 de setembro de 2012)
O físico irlandês David Grimes forneceu uma crítica detalhada das afirmações relacionadas à homeopatia no que diz respeito a ultradiluição, limites químicos, "memória da água" e sinais electromagnéticos. Ele observou:
** Muitos produtos homeopáticos são tão diluídos que é improvável eles conter uma molécula só de "ingrediente ativo".
** Para alcançar a diluição alegada por muitos produtos comuns, uma única molécula do princípio ativo requereria um recipiente maior do que o nosso sistema solar.
** Alguns produtos alegam conter uma concentração de ingrediente ativo que não poderia ser alcançada tampoco com uma única molécula num recipiente do tamanho do universo. Isso é obviamente impossível.
** As afirmações de que a água possa "lembrar" substâncias anteriormente presentes são falsas porque estudos demostraram que se acaso esta capacidade existe, não dura mais do que uma fração de nanossegundo.
** As afirmações de que em diluições extremas o ADN bacteriano produza sinais eletromagnéticos são baseadas em pesquisas mal projetadas.
** A alegação de que uma diluição maior produza maior efeito terapêutico é o oposto do que normalmente encontra-se na natureza.
O autor concluiu: "Os mecanismos propostos para a homeopatia demonstraram-se implausíveis quando analisam-se a partir de uma perspectiva física e química e, portanto, não é surpreendente que os efeitos biológicos da homeopatia não possam ser medidos em ensaios clínicos de larga escala." [Grimes D. Proposed mechanisms for homeopathy are physically impossible. FACT 17:149-154, 2012] http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.2042-7166.2012.01162.x/abstract

Agência do governo australiano esmaga a homeopatia (#15-11 - 15 de março de 2015)
O Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa (National Health and Research Council) do governo australiano produziu um relatório de 40 páginas, que conclui, no essencial, que o tratamento homeopático é inútil. [NHMRC Information Paper: Evidence on the effectiveness of homeopathy for treating health conditions. National Health and Medical Research Council. 2015. Canberra: National Health and Medical Research Council, March 2015]. Depois de examinar a literatura científica, os autores declaram:
- De acordo com todas as provas consideradas, não há nenhuma doença para a qual haja evidência confiável do que a homeopatia seja eficaz.
- Nenhum estudo de boa qualidade, bem desenhado e com participantes suficientes para um resultado significativo relatou que a homeopatia causou mais melhorias de saúde do que um placebo, ou causou melhorias de saúde iguais às de outro tratamento.
- A homeopatia não deve ser usada para o tratamento de condições crônicas, graves ou que poderiam tornar-se graves.
- As pessoas que escolhem a homeopatia podem colocar sua saúde em risco se rejeitarem ou retrasarem tratamentos para os quais há boas evidências de segurança e eficácia.
- As pessoas que estejam considerando a possibilidade de usar a homeopatia devem acima de tudo deixar-se aconselhar por um profissional de saúde inscrito. Aqueles que usam homeopatia deveriam informar o seu profissional de saúde e deveriam continuar recebendo qualquer tratamento prescrito.

Os clínicos gerais australianos demolem a homeopatia (#15-31 - 9 de agosto de 2015)
O Royal Australian College of General Practitioners publicou uma declaração de posicionamento que conclui:
O RACGP suporta o uso da medicina baseada em evidências, em que as informações atuais da pesquisa são usadas como base para a tomada de decisões clínicas. À luz das sólidas evidências confirmando que a homeopatia não tem nenhum efeito além do placebo como tratamento para várias doenças ...
1. Os médicos não devem praticar a homeopatia, indicar seus pacientes para os homeopatas, ou recomendar produtos homeopáticos para seus pacientes.
2. Os farmacêuticos não devem vender, recomendar ou apoiar o uso de produtos homeopáticos.
3. As alternativas homeopáticos não devem ser utilizadas em lugar da vacinação convencional.
4. Os seguradoras privados de saúde não devem fornecer descontos ou suportar serviços ou produtos homeopáticos.
A declaração foi uma resposta à resenha recentemente publicada pelo National Health and Medical Research Council (Conselho Nacional de Pesquisa de Saúde e Medicina), que concluiu que não existem doenças para as quais exista evidência confiável de que a homeopatia seja eficaz como tratamento.

Homeopatia em declínio no Reino Unido (#16-02 - 10 janeiro 2016)
A Nightingale Collaboration descreveu como o uso de produtos e serviços homeopáticos tem vindo a diminuir no Reino Unido. Seu recente relatório observou:
- Dois dos cinco hospitais homeopáticos e a farmácia homeopática dum terceiro hospital foram fechados.
- O número de prescrições para os produtos da homeopatia tem caído de forma constante a partir de cerca de 170.000 em 1996 até cerca de 10.000 em 2014.
- A British Advertising Authority (Autoridade Britânica de publicidade) tomou medidas drásticas contra as reivindicações de publicidade e a Agência reguladora pelos medicamentos e os produtos pela assistência médica (Medicines & Healthcare Products Regulatory Agency, MHRA) atacou a distribuição de produtos sem licença.
A Nightingale Collaboration expressou esperança de que a MHRA irá deter a comercialização de produtos tendo nomes semelhantes a doenças ou a medicamentos comumente reconhecidos. [On a downward spiral. Nightingale Collaboration Web site, Oct 22, 2015]

Expertos pedem a rejeição global da homeopatia (#16-07 - 21 fevereiro 2016)
No mês passado, reuniram-se em Friburgo Alemanha, oito proeminentes cientistas para discutir sobre como informar responsavelmente o público e combater a desenfreada desinformação sobre a homeopatia à qual os alemães e os outros estão regularmente expostos. Eles fundaram o Homeopathy Information Network e publicaram a Declaração de Friburgo sobre a homeopatia, que define a homeopatia como "um sistema de crenças teimosamente persistente" e conclui:
Nossa crítica não é dirigida aos pacientes necesitados ou aos médicos homeopatas praticantes; ao invés é dirigida às escolas de homeopatia e às instituições de assistência médica, que poderiam ter reconhecido há muito tempo a natureza absurda da homeopatia, mas optaram por não interferir. Pedimos aos jogadores do nosso sistema de assistência médica baseado na ciência, que finalmente rejeitem a homeopatia e os outros métodos pseudo científicos e que retornem ao que deve ser auto-evidente: regras cientificamente validadas, justas e geralmente reproduzíveis, promovendo a medicina de alta qualidade para o bem do paciente.

Esmagaram a homeopatia (#16-16 - 1ro de maio 2016)
Jan Willem Nienhuys publicou um relatório detalhado acerca da tese de doutorado sobre a homeopatia defendida em 1943 por o médico holandês David Karel de Jongh. O relatório de De Jongh estava baseado no exame meticuloso de centenas de artigos e livros e nas suas experiências enquanto trabalhava num hospital homeopático. Seus pontos-chave incluem:
- O fundador da homeopatia, o doutor Samuel Hahnemann, nunca provou seus métodos experimentando-los sistematicamente. Sua pesquisa consistiu numa recolha de anedotas da literatura médica, que ele interpretou duma forma muito tendenciosa.
- Desde a época de Hahnemann, os homeopatas deram grande valor à agitação dos remédios depois de cada etapa de diluição. Contudo, a física nos diz que tudo isto não faz sentido: as moléculas num fluido colidem violentamente entre si muitos milhões de vezes por segundo, e apenas materiais muito instáveis como a nitroglicerina podem ressentir qualquer efeito da agitação.
- O conceito de "homeopatia constitucional" permite aos homeopatas dar remédios diferentes para diferentes pessoas que sofrem da mesma doença, criando a ilusão de tratamentos individualizados.

Vendas de produtos homeopáticos seguem em queda no Reino Unido (#16-32 - 21 de agosto 2016)
O número de prescrições no National Health Service (o Serviço Nacional de Saúde britânico) expedidas nas farmácias inglesas caiu de forma constante e é 95% mais baixo do que seu ponto máximo há quase 20 anos. Em 2015, havia apenas 8.894 prescrições, contra 10.238 em 2014. O custo total dessas prescrições caiu até 94.313 libras esterlinas, pela primeira vez abaixo de 100.000 libras [Homeopathy on the NHS: at death's door. The Nightingale Collaboration, April 26, 2016]. Nos últimos anos, os órgãos de revisão da NHS emitiram relatórios muito desfavoráveis e a British Advertising Authority (Autoridade Britânica da Publicidade) proibiu alegações de eficácia na publicidade. A homeopatia é uma pseudociência baseada nos conceitos que (a) uma substância que produz sintomas numa pessoa saudável possa curar pessoas doentes com sintomas semelhantes, e (b) que doses infinitesimais possam ser altamente potentes [Barrett S. Homeopathy: The ultimate fake. Quackwatch, Aug 22, 016].

Os veterinários britânicos pedem a proibição da homeopatia (#16-34 - 11 de setembro 2016)
Danny Chambers, un veterinário que ensina na Universidade de Edimburgo, difundiu uma carta aberta pedindo ao Real Colégio dos Médicos Veterinários (RCVS) a proibição do tratamento de animais com homeopatia. Um trecho da carta diz:
Há poucas coisas mais dolorosas do que ter que lidar com as consequências depois que o animal recebeu cuidados inadequados. Infelizmente, muitas vezes na minha carreira levaram-me um animal cuja doença perfeitamente tratável deixou-se deteriorar, porque seus proprietários e veterinários estavam convencidos de que os remédios homeopáticos teriam podido resolver o problema. Na melhor das hipóteses, isso leva a um sofrimento desnecessário e a uma reduzida probabilidade de recuperação completa. No pior dos casos, tal como no caso dum cavalo que tratei para laminite grave, não fica nenhuma opção, senão a eutanásia.
Não há nenhuma maneira real para o proprietário dum animal para julgar se os conselhos que recebe dum veterinário qualificado são baseados numa sólida pesquisa ou, como no caso da homeopatia, em convicçoes pessoais que vão contra a evidência. O público justamente põe a sua confiança nos médicos veterinários, julgando que nosso conhecimento médico seja o resultado de anos de estudo e de formação em instituições formalmente credenciadas, e com base em sólidas pesquisas.
Si a profissão veterinária quer manter a confiança do público, temos de garantir que os tratamentos que oferecemos sejam, ao melhor de nossa capacidade, baseados na evidência. É dever do RCVS, enquanto órgão regulador dos veterinários do Reino Unido, para supervisionar as regras éticas e clínicas da nossa profissão; claramente, a promoção de tratamentos comprovadamente ineficazes não é compatível com essas regras.
Mais de 1.000 médicos veterinários assinaram a carta [Chambers D. Why we are calling for a ban on vets offering homeopathic remedies. The Guardian, July 8, 2016].

FDA adverte contra o uso de produtos homeopáticos para o dentição (#16-36 - 25 de setembro de 2016)
A Food and Drug Administration dos EUA está alertando os consumidores que os comprimidos e géis homeopáticos para a dentição podem representar um risco para lactentes e crianças [FDA warns against the use of homeopathic teething tablets and gels. FDA news release, Sept 30, 2016]. A FDA recomenda que consumidores parem de usar estes produtos e joguem fora todos os que possuem. Os comprimidos e géis homeopáticos para a dentição, distribuídos pela CVS, Hyland's, e possivelmente outros, são vendidos em lojas de varejo e online. Em um comunicado à imprensa, a agência afirmou:
- A agência não tem conhecimento de qualquer benefício de saúde comprovado de produtos que na etiquetagem prometem aliviar os sintomas da dentição em crianças.
- O consumidor deve imediatamente procurar assistência médica se seu filho tiver convulsões, dificuldade respiratória, letargia, sonolência excessiva, fraqueza muscular, rubor da pele, prisão de ventre, dificuldade em urinar, ou agitação após o uso de comprimidos ou géis homeopáticos para a dentição.
- A FDA está analisando os eventos adversos relatados à agência em referência aos comprimidos e géis homeopáticos para a dentição desde 2010 quando emitiu um alerta de segurança e uma retirada de comprimidos homeopáticos para a dentição. A agência está também a testar amostras de produtos.
A FDA está avaliando seu quadro regulamentar para a homeopatia. O doutor Stephen Barrett recomenda que (a) não se permita qualquer alegação de saúde para produtos homeopáticos a menos que sejam aprovadas através do procedimento padrão de aprovação de remédios da FDA e (b) que a FDA aconselhe os consumidores a não comprar produtos homeopáticos. A ação atual indica que tal advertência é legalmente factível.

A FTC emite diretrizes sobre a publicidade homeopática (#16-44 - 27 de novembro de 2016)
A Federal Trade Commission (Commissão Federal de Comércio) anunciou uma nova política sobre a publicidade dos produtos homeopáticos. A agência também divulgou seu relatório de notação sobre seu workshop de 2015. A homeopatia, que remonta ao século XVIII, baseia-se na noção medicamente contestada de que os sintomas da doença possam ser tratados por doses repetidamente diluídas de substâncias que supostamente produzem sintomas semelhantes quando administradas em doses maiores a pessoas saudáveis. Muitos produtos homeopáticos são diluídos a tal ponto que já não contêm nem uma molécula só da substância inicial. De acordo com a declaração de política:
- pelas afirmações sobre a eficácia e segurança para medicamentos homeopáticos de venda livre, a FTC manterá os mesmos padrões dos outros produtos que fazem afirmações semelhantes. As empresas devem ter provas científicas adequadas e confiáveis para as afirmações relacionadas à saúde, incluindo alegações de que um produto possa tratar problemas específicos. A declaração também descreve o nível de provas científicas que a Comissão exige para tais alegações.
- para a grande maioria dos fármacos homeopáticos de venda livre, a conjetura na eficácia baseia-se unicamente nas teorias homeopáticas tradicionais e não existem estudos válidos, utilizando métodos científicos actuais, mostrando a eficácia do produto. Assim, alegações relacionadas à saúde para esses produtos são susceptíveis de ser intrinsecamente enganosas.
- podem-sr admitir afirmações incomprovadas se a publicidade ou a rotulagem comunicarem eficazmente que: (a) não existem provas científicas de que o produto funcione; e (b) as alegações são baseadas apenas nas teorias da homeopatia de 1700 que não são aceitadas pela maioria dos médicos especialistas modernos.
- cada uma dessas informações (a) deve se destacar e estar em estreita proximidade com a mensagem de eficácia do produto, (b) pode precisar de ser incorporada nessa mensagem, e (c) não deve ser minada por afirmações positivas adicionais ou aprovações de consumidores. Se a "impressão líquida" dum anúncio transmite mais provas do que um comerciante tem, estará violando a norma da FTC.
O mercado seria mais eficiente se os rótulos e os anúncios dos produtos enumerassem apenas os ingredientes e não incluíssem alegações sobre a eficácia, como recomendado pelo Dr. Stephen Barrett [Barrett S. Comments and proposed testimony for the FTC workshop on advertising for over-the-counter (OTC) homeopathic products. July 29, 2015]. Porém a FTC parece disposta a permitir afirmações de eficácia acompanhadas por "suficientes" informações negativas.

Os melhores cientistas russos chamam homeopatia de "pseudociência perigosa" (#17-32 - 20 agosto 2017)
La Academia de Ciencias de Rusia ha declarado que la homeopatía "no tiene base científica" y pone en peligro a los que creen que sea eficaz. Un memorándum emitido por la Comisión de la Academia contra la Pseudociencia y la Falsificación de la Investigación Científica concluyó que las tentativas de verificar el éxito de los tratamientos homeopáticos fracasan desde más de 200 años. El informe insta a los medios de comunicación a presentar la homeopatía como una pseudociencia a la par con la magia, los curanderos y las prácticas psíquicas [Dearden L. Russian Academy of Sciences says homeopathy is dangerous 'pseudoscience' that does not work. The Independent, Feb 7, 2017].

Publicaram o índice das cartas de advertência da FDA sobre a homeopatia (#17-33 - 27 agosto 2017)
Publicou a Homeowatch um índice de cartas de advertência enviadas pela FDA para 50 empresas que comercializaram produtos homeopáticos com reivindicações ilegais nos últimos 30 anos. A lista não está completa porque algumas cartas emitidas há anos não aparecem no site da FDA.

Os conselheiros científicos da União Européia denunciam homeopatia (#17-37 - 24 setembro 2017)
O Conselho Consultivo das Academias Europeias de Ciência (EASAC), publicou uma declaração para reforçar as críticas nas alegações científicas e sobre a saúde feitas para produtos homeopáticos e convida os decisores políticos a melhorar o direito dos consumidores a uma informação correta. A declaração observa que (a) os mecanismos de ação reivindicados para a homeopatia são implausíveis e inconsistentes com os conceitos científicos estabelecidos, (b) não há doenças conhecidas pelas quais existem evidências sólidas de que a homeopatia seja efetiva além de um efeito placebo e (c) a promoção de homeopatia pode levar ao atraso daninho na obtenção de cuidados médicos eficazes e pode prejudicar a confiança pública na natureza e no valor da evidência científica. O Conselho recomenda:
- Deve haver requisitos regulamentares consistentes para demonstrar a eficácia, a segurança e a qualidade de todos os produtos para medicina humana e veterinária, com base em evidências verificáveis e objetivas, compatíveis com a natureza das alegações feitas.
- Sem essa evidência, um produto não deve ser aprovado nem registrado pelas agências reguladoras nacionais para uso como medicamento.
- Os sistemas de saúde pública baseados em evidências não devem reembolsar produtos e práticas homeopáticas, a menos que sejam demonstrados eficazes e seguros por testes rigorosos.
- A rotulagem dos produtos homeopáticos deve ser semelhante à de outros produtos de saúde; isto é, deve haver uma descrição precisa, clara e simples dos ingredientes e suas quantidades na formulação.
- A publicidade e a comercialização de produtos e serviços homeopáticos devem ser em conformidade com os padrões estabelecidos de precisão e clareza. As reivindicações promocionais de eficácia, segurança e qualidade não devem ser feitas sem evidências demonstráveis. [Homeopathic products and practices: assessing the evidence and ensuring consistency in regulating medical claims in the EU. EASAC, Sept 2017].

Revista compara medicamentos veterinários com "alternativas" homeopáticas (#17-43 - 19 novembro 2017)
O periódico da British Veterinary Association publicou dois artigos que colocam a homeopatia numa perspectiva histórica e científica. Embora os artigos digam respeito a práticas veterinárias, suas conclusões são igualmente relevantes para os medicamentos humanos. O primeiro artigo observa que "para muitos medicamentos o mecanismo de ação está comprovado, e para a maioria dos medicamentos sem mecanismos comprovados de ação, existem mecanismos cientificamente plausíveis" [Lees P and others. Comparison of veterinary drugs and veterinary homeopathy: Part 1. Veterinary Record, Aug 12, 2017]. Em contraste, o segundo artigo observa que "a homeopatia ... é de cima para baixo e baseada na fé, governada por leis arbitrárias, inventadas pelo fundador, Hahnemann, que são imutáveis. Como tal, a homeopatia não é apenas não científica, é um sistema de crença verdadeiramente místico" [Lees P and others. Comparison of veterinary drugs and veterinary homeopathy: Part 2. Veterinary Record, Aug 19/26, 2017].

A FDA propõe novas regulamentações pelos produtos homeopáticos (#17-47 - 24 dezembro 2017)
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA propôs o que ele chama de "diretrizes baseadas em risco" dando prioridade à aplicação aos produtos homeopáticos com o maior risco potencial para os pacientes [FDA proposes new, risk-based enforcement priorities to protect consumers from potentially harmful, unproven homeopathic drugs. FDA news release, Dec 18, 2017]. A FDA pretende se concentrar em:
- produtos pelos quais foram referidas preocupações de segurança
- produtos que contenham ou aleguem conter ingredientes associados a preocupações de segurança potencialmente significativas
- produtos para rotas de administração não orais nem tópicas
- produtos destinados à prevenção ou ao tratamento de doenças e problemas graves e/ou potencialmente fatais
- produtos para populações vulneráveis
- produtos que não satisfazem os padrões legalmente obrigatórios de qualidade, potência ou pureza.
Embora os produtos homeopáticos não tenham eficácia comprovada e sua base teórica seja insensata, uma proibição completa não é politicamente praticável [Barrett S. Homeopathy: The ultimate fake. Quackwatch, Aug 25, 2016]. No entanto, a FDA pode facilmente limitar a sua comercialização a produtos de ingrediente único que cumpram estritamente a Farmacopeia Homeopática. Nenhuma afirmação de saúde deve ser permitida para produtos homeopáticos, a menos que sejam aprovados através do processo padrão de aprovação de medicamentos da FDA. As únicas declarações que devem ser permitidas na rotulagem ou na publicidade são o nome químico, a diluição e o fato de que o produto é homeopático. Produtos congruentes com a Farmacopeia ainda poderiam ser comercializados, para que os consumidores que desejam produtos homeopáticos ainda possam obtê-los. Mas as afirmações de saúde não aprovadas, incluindo afirmações implícitas nos nomes de produtos, devem ser banidas. Se você concorda com esta sugestão, leia a explicação completa do Dr. Barrett e publique um comentário nas suas próprias palavras na página de comentários da FDA.

Pôs-se fim à despesa pública com a homeopatia na Inglaterra (#18-32 - 12 agosto 2018)
Pílulas o consultas homeopáticos não podem mais ser financiadas com dinheiro do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (National Health Service, NHS). O Grupo de Despesa pública Clinica (CCG - Clinical Commissioning Group) de Bristol, North Somerset e South Gloucestershire tornou-se o último dos CCGs da Inglaterra a pôr fim à despesa pública com remédios homeopáticos. Essa ação marca o ponto culminante duma campanha de quatro anos da Good Thinking Society para convencer o NHS England a parar de desperdiçar dinheiro com a homeopatia [Marsh. NHS Bristol ends funding for homeopathy, ending all homeopathy commissioning in England. Good Thinking site. Aug. 7, 2018].

Pede um grupo de médicos o fim dos reembolsos para homeopatía em França (#19-07 - 17 fevereiro 2019)
O Collège National des Généralistes Enseignants (CNGE), representando médicos generalistas na França, pediu para pôr fim aos reembolsos (atualmente de 30%) do sistema nacional de seguro de saúde da França para medicina homeopática. A organização sustenta: "De maneira nenhuma pode-se justificar o reembolso desses "remédios". Nem há justificativa para ensinar esse tipo de prática na universidade". [French GPs call for stop to homeopathy reimbursement. Connexion. Jan 11, 2019]

Não foram encontradas respostas de anticorpos para vacinas homeopáticas (#19-13 - 31 março 2019)
Um estudo cuidadosamente controlado em uma amostra de 150 estudantes universitários encontrou:
- os nosódios homeopáticos promovidos para prevenção de difteria, coqueluche, tétano, caxumba e sarampo não suscitaram respostas de anticorpos.
- suas respostas de anticorpos foram semelhantes ao placebo.
- as vacinas padrão para as mesmas doenças forneceram uma resposta de anticorpos robusta na maioria dos vacinados.
[Loeb M. et al. A randomized, blinded, placebo-controlled trial comparing antibody responses to homeopathic and conventional vaccines in university students. Vaccine. 36(48):7423-7429, 2018]. Os nosódios são produtos homeopáticos feitos de órgãos ou tecidos patológicos; agentes etiológicos tais como bactérias, fungos, ovos, parasitas, partulas virais e levedura; produtos das doenças; ou excreções. Alguns homeopatas alegam falsamente que os nosódios são tão eficazes quanto as vacinas. Health Canada foi recentemente criticado por continuar autorizando os nosódios homeopáticos apenas alertando o público que eles não são um substituto para as vacinas [Ireland N. Stronger action urged against homeopathic products touted as alternatives to vaccines. CBC News. Mar 18, 2019].

Processaram Walmart por deturpar seus produtos homeopáticos (#19-21 - 26 maio 2019)
O Center for Inquiry (CFI) está alegando num processo aberto no Distrito de Colúmbia que o Walmart está cometendo uma fraude em larga escala contra o consumidor e pondo em risco a saúde de seus consumidores por meio da comercialização de produtos homeopáticos. A CFI afirma que a empresa está enganando seus clientes ao não fazer nenhuma distinção significativa entre a medicina real e os produtos homeopáticos inúteis em suas prateleiras e em sua loja online [Walmart sued for fraud: Nation's largest retailer deceives and endangers consumers with homeopathic fake medicine. CFI press release. May 20, 2019].

Fornecem as farmácias de Quebec isenções de responsabilidade sobre produtos homeopáticos (#19-21 - 26 maio 2019)
A Associação de Cadeias de Farmácias de Quebec distribuiu avisos para os farmacêuticos colocarem ao lado de produtos homeopáticos para alertar os clientes de que a eficácia dos produtos homeopáticos geralmente não é apoiada por evidências científicas. Os avisos também convidam os consumidores a consultar o farmacêutico para detalhes. A associação também pediu ao Ministério de saúde Health Canada para revisar a autorização de produtos homeopáticos [Jarry J. Quebec pharmacies show signs of progress on homeopathy. McGill Office for Science and Society. May 17, 2019].

A França deixará de pagar pela homeopatia (#19-28 - 19 julho 2019)
O governo francês anunciou que a partir de 2021 deixará de reembolsar os pacientes pelos tratamentos da homeopatia. Em junho, a Alta Autoridade da França para a Saúde (HAS) concluiu que "não demonstrou cientificamente eficácia suficiente para justificar o reembolso" [Agence France-Presse in Paris. France to stop reimbursing patients for homeopathy. The Guardian. Jul 10, 2019]. A conclusão da HAS foi precedida por um relatório conjunto da Academia de Medicina e da Academia de Farmácia da França publicado em março, juntamente com um boletim de imprensa conjunto que declarava: "Nenhuma preparação homeopática deve ser reembolsada por Assurance Maladie [seguro de doença francês] até que tenha sido fornecida a demonstração dum benefício médico suficiente. Nenhum diploma universitário em homeopatia deve ser concedido por faculdades médicas ou farmacêuticas". Reagindo à decisão francesa, o Doutor em Medicina Steven Novella, publicou no seu blog:
A homeopatia continua a ser uma fraude gigante para o público com plausibilidade essencialmente zero e provas copiosas de falta de eficácia. Governos de todo o mundo estão se movendo na direção correta, mas não é nem perto suficiente. Precisamos manter a pressão e continuar educando o público sobre o que a homeopatia realmente é, ou seja, nada [Novella, S. France to end reimbursement for homeopathy. Science-Based Medicine. July 10, 2019].

Postada uma crítica clássica da homeopatia (#19-32 - 11 agosto 2019)
Homeowatch postou o texto completo de um livreto de 40 páginas, "Modern Homeopathy: Its Absurdities and Inconsistencies",que foi publicado em 1894 e oferecido aos médicos para distribuição aos pacientes. Embora a ciência médica estivesse em sua infância, o autor do livreto conseguiu explicar por que as premissas básicas da homeopatia eram absurdas e seus remédios eram inertes. Ele também descreveu como um hospital homeopático dava alta e rehospitalizava seus pacientes mais doentes com tanta frequência que suas taxas de mortalidade (por 100 hospitalizações) podíam ser relatadas enganosamente como inferiores às de outros hospitais.

Republicada uma crítica clássica do catálogo de produtos homeopáticos de 1886 (#19-34 - 25 agosto 2019)
Homeowatch postou um catálogo de produtos homeopáticos de "alta diluição" que foi publicado em 1886 e devidamente ridicularizado num ensaio em 1890 no Journal of the American Medical Association. Embora a ciência médica estivesse em sua infância, já se sabia o suficiente que certos produtos, feitos pela diluição repetida duma substância original a ponto de não restarem moléculas da substância original, não podiam funcionar. O catálogo incluía produtos de "alta diluição" feitos a partir de raios do espectro de luz, do luar, azuis, vermelhos e amarelos, barata preta ou do leste da Índia, fuligem de chaminé, mosquito, vírus da raiva, e até pus de um abcesso retal. Um produto, feito da seiva da árvore de acaju, era oferecido como tratamento para o "desejo incontrolável de coito" [Curiosities of homeopathic pharmacy. Homeowatch, Aug 18, 2019].

Encontrou-se um viés substancial de reportagem para estudos homeopáticos (#22-15 - 10 abril 2022)
Como os estudos com resultados positivos são mais propensos a serem relatados do que estudos com resultados negativos, alguns métodos podem parecer mais eficazes do que realmente são – uma situação chamada "viés de reportagem". Para combater esse problema, a World Medical Association’s Declaration of Helsinki (Declaração de Helsinque da Associação Médica Mundial) pede que os pesquisadores registrem todos os ensaios clínicos e relatem seus resultados, e o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE - Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas) concordou em publicar resultados apenas para ensaios registrados previamente num registro público. Uma análise recente de ensaios clínicos homeopáticos descobriu que:
38% dos ensaios de homeopatia permanecem inéditos, enquanto 53% não são registrados ;
25% dos estudos registrados alteraram ou mudaram a medida do desfecho primário na publicação.
Os ensaios de homeopatia não registrados tendem a ter maiores efeitos de tratamento do que ensaios registrados.
Embora observando que a não divulgação dos resultados dos ensaios clínicos é um problema não limitado à homeopatia, os pesquisadores escreveram que suas descobertas “sugerem uma falta preocupante de padrões científicos e éticos no campo da homeopatia”, e concluiram:
O registro de estudos publicados foi pouco frequente, muitos estudos registrados não foram publicados e os resultados primários foram frequentemente alterados ou mudados. Isso provavelmente afeta a validade do corpo de evidências da literatura homeopática e pode superestimar substancialmente o verdadeiro efeito do tratamento dos remédios homeopáticos [Gartlehner G and others. Assessing the magnitude of reporting bias in trials of homeopathy: A cross-sectional study and meta-analysis. BMJ Evidence-Based Medicine, March 15, 2022].
O médico dr. Edzard Ernst, Ph.D., descreveu o resultado do estudo de forma mais direta num artigo recente intitulado The body of evidence on homeopathy is rotten to the core. Outro comentarista apontou que “a homeopatia é baseada em conceitos pré-científicos mais semelhantes à magia simpática do que a qualquer ciência” e “argumentando apenas a partir da ciência básica, a homeopatia não pode funcionar[Orac. Why are so many clinical trials of homeopathy “positive”? Respectful Insolence, March 23, 2022].

CFI processa grande fabricante de produtos omeopáticos (#22-16 -16 abril 2022)
O Center for Inquiry entrou com uma ação contra a Boiron, Inc., uma das maiores fabricantes de produtos homeopáticos do mundo, por enganar consumidores vulneráveis com produtos inúteis disfarçados de verdadeiros remédios. A ação, movida sob a Lei de Procedimentos de Proteção ao Consumidor do Distrito de Columbia (District of Columbia Consumer Protection Procedures Act), alega que a Boiron : (a) vendeu uma infinidade de produtos materialmente idênticos, cada um composto de pílulas de açúcar e pós, e (b) prometeu falsamente aos consumidores que cada item trataria uma determinada doença, lesão ou condição de saúde, apesar de não conter nenhum ingrediente medicinal ativo detectável. De acordo com dados recentes da indústria de produtos homeopáticos, 85% dos consumidores que compraram produtos homeopáticos não perceberam que eram homeopáticos e 91% dos compradores nem sabiam o que significava o termo homeopático [Homeopathy manufacturer Boiron sued for deceiving consumers with junk meds. Center for Inquiry press release, April 14, 2022].

Homeopatia confirmada como pseudociência (#22-36 - 18 setembro 2022 )
Um filósofo e um proeminente pesquisador clínico de “medicina alternativa” afirmaram que a homeopatia é uma pseudociência porque seus proponentes: (a) reivindicam um status científico para ela e (b) defendem a homeopatia de maneiras que mostram descuido ou indiferença à verdade [Mukerji N. Ernst E. Why homeopathy is pseudoscience. Synthese, 200:394, 2022] .
Seu importante artigo:
- descreve a homeopatia
- observa a implausibilidade das preparações homeopáticas como remédios
- descreve abordagens bizarras que os homeopatas usaram para fazer parecer plausível a homeopatia
- explica por que as evidências apresentadas pelos homeopatas são insuficientes
- discute a natureza da pseudociência
- distingue pseudociência de ciência, paraciência, anticiência, má ciência e fraude científica
- discute argumentos falhos de que a homeopatia é pseudocientífica
- fornece exemplos de homeopatas que afirmam explicitamente e implicitamente que a homeopatia é uma ciência
- discute como os homeopatas rejeitam partes essenciais da metodologia científica estabelecida
- descreve como os homeopatas respondem às críticas, mudando o ônus da prova, descaracterizando evidências e escolhendo evidências
- critica os pesquisadores homeopatas que se recusam a submeter alegações terapêuticas a testes rigorosos e corretos
- descreve o problema dos homeopatas que frequentemente falham em pré-registrar e publicar ensaios clínicos.

Amazon repreendida para parar de promover homeopatia para crianças (#22-36 - 18 setembro 2022)
O Centro de Inquérito (Center for Inquiry-CFI) enviou uma carta à Amazon pedindo que a empresa cesse imediatamente a distribuição de remédios homeopáticos não aprovados promovidos como medicamentos para recém-nascidos, bebês e crianças doentes e feridos. Uma busca pela palavra “homeopático” no departamento de produtos de saúde da Amazon rendeu mais de 10.000 resultados de produtos, cada um alegando tratar uma série de problemas de saúde, desde “dor no nervo” e “febre” a “feridas cirúrgicas” e “miomas e cistos do ovário”. Muitos itens, como "Boiron RhinAllergy Kids" e "Hyland's 4Kids Pain Relief", são vendidos explicitamente como remédios para crianças.
[Center for Inquiry warns Amazon: Stop promoting homeopathic drugs as treatments for sick babies and children. Center for Inquiry news release, Sept 7, 2022]

A versão original dos textos do boletim informativo está na página inglês. Por sugestões ou críticas sobre a tradução podem escrever-me.
Para consutar o arquivo completo do boletim informativo liguem-se à página web:
https://quackwatch.org/ncahf/digest23/
Para receber gratuitamente o boletim informativo de Consumer Health Digest (em inglês) é suficiente ligar-se à página web:
https://www.ncahf.org/digest/chd.html.

Legenda: FDA: Food and Drug Administration, Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos http://www.fda.gov/
FTC: Federal Trade Commission, Commissão Federal de Comércio dos Estados Unidos http://www.ftc.gov/ em espanhol: http://www.ftc.gov/index_es.shtml
AMA: American Medical Association https://www.ama-assn.org/

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Boa saúde a todos (à exceção dos charlatães que fazem dinheiro na saúde dos outros).

página criada em: 27 de agosto de 2011 e modificada pela última vez em: 9 de janeiro de 2023